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Archive for the ‘Pra casa agora eu vou’ Category

Existem varias formas de dar um recado.
Tradicionalmente, fala-se. É a forma honesta, mas pode ser dolorosa em algumas situações. Porque voce tem que pensar no outro, colocar-se no lugar dele, tentar avaliar se o que voce fala corresponde à realidade. Falar pressupõe uma analise de risco.
Mas calar também. Ao calar, voce permite que mal entendidos surjam e voce ergue uma barreira que pode nunca mais ser derrubada. As palavras não ditas doem mais que as ditas, porque o que não se diz, se infere, e inferir depende de interpretação e opinião pessoal. No final, a chance de erro nessa interpretação é maior quando se cala do que quando se tenta entender o que foi dito.
Fiquei um bom tempo da minha vida em duvida quanto a falar o que eu sentia e pensava ou a calar, por medo de magoar os outros. A magoa foi maior assim, minha e deles. E nesse exato momento eu sei como eles se sentem, porque você pode usar a justificativa que quiser, mas pra bom entendedor, pingo é texto inteiro. E silencio eloqüente é ponto final.
Segunda vez em menos de seis meses que eu percebo isso. Ja deveria ter me acostumado. :/

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Passeando hoje por aqueles sites velhos conhecidos de todos que juntam tudo de divertido que existe perdido por aí, me deparei com um post bem legal no Insoonia no melhor estilo “Faça você mesmo”.

O que me chamou a atenção nesse post foi isso aqui:

Chique, hein?

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Paredes brancas prometem diversas possibilidades. Mas paredes brancas em um apartamento alugado significam nao furar e nao pintar de cores bizarras. Preferencialmente nem encostar. O problema é que eu estava ficando deprimida de ver aquele branco todo, aquela paz toda.

A solução foi apelar pros azulejos pintados enquadrados em molduras coloridas, assim:

20120118-230135.jpg

Optei por tirar o ferrinho de pendurar, pra nao ficar tão quadro assim. Mas acho que se tivesse mantido também teria ficado legal.
Pra colar na parede, aquela fita da 3M dupla face cola tudo para uso indoor.

E o resultado foi:

20120118-230336.jpg

Fofo, né? Só faltaram uma cadeira e uma mesinha abaixo, pra parecer casa de gente grande. 😉

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Então todo mundo já sabe que eu tenho problemas com meu sofá atual. O coitado já completou 4 anos e está em um estado lastimável. Tanto que eu propus a Rimã (pra quem não sabe, é assim que eu me refiro a minha irmã) a doação do sofá dela assim que o novo que eles compraram chegar.

Mas… (e aí entra a internet e o compartilhamento de conteúdo, sobre o qual falei ontem) estou virando adepta de sites de decoração. E achei no fofíssimo d♥ a solução para os meus problemas.

Tudo começa com uma tábua e rodinhas. Essa é a base. Obviamente, rodinhas com freios, pro sofá não ficar passeando pela casa.

Pretendo esconder um tantinho mais as rodas...

 

E aí, por cima de tudo, teremos o “pillow mattress”, fazendo as vezes de almofadas.

Parece confortável, né?

A idéia é fazer dois dele, pra ficar mais fofinho. Sem contar que meu atual sofá tem uns bons 2,3m de comprimento. O bom é que vai ficar na altura exata da minha estante de TV, e eu não precisarei mais ficar escorregando no sofá pra não ficar com dor no pescoço. E – ponto alto do projeto – não quebrarem a cabeça pensando em como subir o sofá de Rimã para o meu apartamento depois de descê-lo do apartamento dela e colocá-lo sei lá em qual meio de transporte para andar 4 quarteirões.

O ruim é que eu não poderei me jogar no sofá, porque né? Madeira…

 

Posto fotos assim que implementar o projeto! Mas já percebi que esse sofá tornará necessária uma mudança radical na arrumação da sala, com a saída do buffet (snif) ou pelo menos sua ida para outra parede. Senão ele vai ser afogado pelos outros móveis.

E já aviso namorado que precisarei da ajuda dele na Léo Madeiras pra comprar a prancha! 😉

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Qualquer processo decisório é difícil e nao se pode fazer pouco da pessoa que, subitamente, tem o peso do mundo nas costas.
Engraçado que lassados quase dois anos falar sobre a minha separação ainda é difícil. Trato esse assunto como um tabu pessoal – superado apenas pelos relatos da primeira comidinha básica e descompromissada. E por tratar de tal forma, nunca havia enxergado a situação com imparcialidade, nunca havia digerido, dissecado, analisado sob microscópio.
Foi o que fiz hoje em uma catarse muito bem acompanhada por um Stacker triplo, fritas e guaraná, ciente da necessidade de despejar minha tese. Ei-la escrita.

Decidir nao é fácil. Todo mundo casa achando que encontrou a pessoa certa, com quem vai viver ate o fim de seus dias (seus seus ou seus dela). Mas ninguém é bobo de achar que a compatibilidade tende a 100%, o que torna o casamento um negocio arriscado, regido por probabilidades. Qual a probabilidade de você encontrar alguém mais compatível? Se pequena, casa-se; se grande, pessoas sensatas nao casam, mas os loucos de todo gênero sim.
Se de repente você acha que a probabilidade aumentou, ou se você se descobre louco e resolve corrigir o erro, entao você tem a difícil tarefa de falar pra pessoa – aquela mesma com quem você ficaria ate o fim de seus dias – que talvez você nao queira mais.
Falar isso é difícil. Tão difícil quanto tentar convencer a pessoa e a si mesmo que, uma vez dito, isso pode ficar no ar, sem pairar sobre o relacionamento como bomba relógio.
Geralmente a pessoa nao acredita que seu comentário foi exclusivamente informativo, e você deverá entao decidir. Decidir se continua, decidir se assume o fracasso – sim, a sensação é de fracasso do mais alto nível, aquele que a gente nem sabe que é capaz de sentir. Decidir, enfim, o que fazer com as duas vidas.
A primeira tentativa de solução é recomeçar. Porque nao se engane: assim como revelar uma traição, revelar que você nao sabe mais o que quer NUNCA é esquecido pelo outro. E qualquer declaração desse tipo sugere um recomeço, com novas premissas, uma das quais será “ele me traiu” ou “ela não sabe se me ama”.
Relacionamentos baseados em carinho, respeito, amizade sugerem uma tentativa de recomeço – se você tiver vontade de jogar tudo pro alto imediatamente, entao nao se dê ao trabalho de tentar recomeçar.
E essa é a fase mais difícil. É quando você tem que engolir o lado que diz “corre! foge!” e ouvir o lado que mostra todas as qualidades da outra pessoa e como você foi feliz ate entao. É quando você precisa fazer o esforço consciente de relaxar na presença dela e aceitar que ela te ama e nao tem culpa. É quando você precisa aceitar que aquele peso nas suas costas um dia vai sair – e esse nao será um momento necessariamente feliz.
Terminar um casamento traz uma mudança estrutural. Você perde referencias, você se perde. E demora pra se achar. Demora a nao se sentir culpado. Mentira – você sempre vai se sentir culpado, mas com o tempo a dor diminui. Você se culpa pelas frustrações, pelas expectativas, pelos sonhos, por tudo que você destruiu. Eu nao tenho noção de por quanto tempo meus sorrisos foram falsos, minha alegria foi fingida e minha leveza parecida com a de Ariel (sim, a sereia, mas na história original), porque eu nao lembro como eu cheguei ate aqui.
Decidir é um processo difícil. Triste. Doloroso. Cruel. Injusto. Mas pior do que isso é nao decidir – ou ir levando, a espera que o outro decida. Infelizmente, no meu caso foi mais ou menos o que eu fiz. E disso eu me arrependo até hoje.

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♫ Mais de mil palhaços no salão! Arlequim está chorando pelo amor da colombina no meio da multidão… ♫

A regra da qualidade de vida desenvolvida para a praia aplica-se com igual propriedade ao carnaval: o bom é poder escolher ficar em casa, pular o carnaval ou entrar em imersão total.
Tenho um amigo que criou como regra a idéia da imersão total. Todo carnaval ele viaja para o Nordeste atras dos trios. Com direito a abadá e a juntar loucos como ele sob um mesmo manto, geralmente com duplo sentido. Nao critico nem julgo: já tive meu momento “se joga”, mas atualmente estou mais pra recostar-me.

Dai eu estar gostando tanto do carnaval esse ano. Qualidade de vida: optar nao sair. Apesar da chuva, tenho dormido bastante e ido ao cinema. E pra nao dizer que só me aproximei do carnaval no título desse post, consegui sair em um bloco perto da minha casa, com mamãe e rimão, cantando marchinhas e musicas infantis.

Assistir enquanto as pessoas em cima do carro de som desviavam-se perigosamente dos cabos de energia foi o “plus a mais”, garantindo doses extras de emoção.

Carnaval acaba amanha, em regra. E mantendo a tradição familiar, amanha tenho outro bloco. Depois dele, considero-me de ferias. Aos amiguinhos, boa sorte. E ao vencedor, as batatas. As minhas fritas, por favor. E bem crocantes. 😉

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É gritante gente.

Explico. Vocês devem ter reparado que posts reclamando do transporte coletivo aparecem por aqui no final do dia. Raramente no inicio. Isso porque todo dia de manha me reservo o luxo mínimo representado pela lotada.

Pedro (o que não comenta) teve crises de riso convulsivo enquanto eu explicava o fenômeno da lotada. Um amigo de Macae me olhou como se fosse louca, com ar de piedade.

Fato é que lotadas são algo típico do subúrbio, naquelas localidade servidas por ônibus e trem nas quais as pessoas são frescas demais pra andar em um ou outro.
Moi? Não é frescura. É preservação do penteado (cabelinho bom tem dessas coisas..).

De toda forma, as pessoas costumam esquecer que a lotada é um transporte coletivo particular. Mas coletivo. E os conhecidos gritam! Berram! Se abraçam! No banco de trás de um palio. Do seu lado. Você lá, espremidinho no canto. O cara do seu lado sentado com as pernas abertas. Pessoas se encostando. E você se espremendo cada vez mais. Sem nem um encosto de cabeça porque hoje você sentou no meio e as criaturas das pontas nem usam os que estão a sua disposição – canalhas! E a corrida pelo troco, todos com notas de vinte apresentando-as de forma enlouquecida antes do famigerado “um momentinho que preciso trocar ali na banca” que representa demora. Deus! A demora! A dor!

Mas hoje, sete e meia da manha, a lotada está vazia! Não vazia a ponto do taxista me desovar em Bonsucesso pra tentar uma corrida normal, não! Vazia com espaço pra pernas, barrigas e bolsas! Um passageiro tem pasta e mochila, eu digito no celular e a mocinha do meu lado lê uma revista.

Ahh felicidade! Como é fácil agradar o advogado. O dia começa bem.

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Deveriam criar um manual de boas maneiras no ônibus. Mas, como não criaram, eu deixo um recado, embora saiba que a destinatária dele não vai recebê-lo…

Senhorinha! Sim, a senhora, que estava hoje de legging de leopardo, blusa laranja e bolsa preta no ônibus.
Xô só explicar uma coisinha que talvez a senhora não saiba…
Ônibus cheio é um fato. Não é uma excludente para a falta de educação.

Não é porque o ônibus está cheio que a senhora pode dar cotoveladas e arranhar pessoas com suas unhas impunemente, sem pedir desculpas. Ou sem pedir licença na hora de passar. Da próxima vez, tome cuidado, ou eu pisarei no seu pé com meu salto agulha. Porque eu também carrego armas brancas no ônibus, viu? Humpf.

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Pois então, como eu falei outro dia, o ônibus é um dos lugares mais legais para quem gosta de estudos sobre o comportamento humano.
Eu, além de não gostar de pessoas que socializam o som do celular (com ou sem fone de ouvido, porque há aqueles que mesmo de fone dividem a música com os mais próximos), não gosto de pessoas que puxam papo. Final do dia, você cansado, mais dormindo que acordado, querendo curtir o balancinho do ônibus pra se ninar, a criatura desconhecida que sentou do seu lado resolve do nada falar alguma coisa.

– Bonitas essas lanternas novas desses ônibus de turismo, né?

Você, após um momento de estranheza (mas hein? é comigo mesmo?), resolve olhar a lanterna, afinal o camarada está apontando o ônibus de forma insistente.

– Parece a de um Renault. Mas não é nada prático, porque qualquer batida ele vai ter que trocar tudo. Olha só aquele outro ali, com os espelhos todos separados. Bem melhor. Se quebrar, você substitui o que quebrou.

Nessa hora você dá um sorrisinho e continua olhando pela janela, esperando que o assunto acabe e que não tenha passado de uma necessidade de dividir com alguém (mesmo que desconhecido) um conhecimento óbvio sobre a estupidez das novas lanternas.

Mas não.

– Aquele ônibus ali está indo pra Niterói. O trânsito na ponte tem andado terrível, por isso que aqui fica parado desse jeito.

(Estávamos subindo o Gasômetro, saindo da Francisco Bicalho.)

– A ponte é mesmo uma construção maravilhosa. Ela foi feita em __. Demorou __ anos para ficar pronta. Foi no governo do Médici. Não, foi no governo do… Costa e Silva. Por isso o nome da ponte. Ponte Costa e Silva.

(Sim, ele esqueceu o “Presidente” no nome da ponte.)

– Na época eu tinha __ anos. É, eu nasci em 54, então era isso mesmo. Foi no governo dos militares. Ditadura. Você sabe o que foi a ditadura?

Você responde que sim, afinal foi uma pergunta direta pra você. E, provavelmente, se você responder que não, ele vai querer te explicar…

– Sabe? Que bom! Mas você é nova.. não era nascida.. Mas que bom que você conhece. Hoje em dia a garotada só quer saber de televisão. A televisão está acabando com a juventude. Ninguém mais valoriza a educação. Você vê: meu garoto mais novo estava em uma escola particular, mas queria fazer Informática. Passou pra Faetec, mas por isso perdeu o 1o ano que ele estava fazendo na particular. Tudo bem, ele queria ir pra lá. Mas essa semana passei lá pra ver como era, eles ficam largados com tanto tempo vago! Deveriam arrumar algo pra eles fazerem.. colocar todos no auditório, com um sistema de som legal, e – olha, ele está fazendo informática – chama um professor pra falar sobre computador, pra que serve a informática, essas coisas.

Não vou detalhar o resto do papo. Mas fiz questão de anotar a sequência do raciocínio dele – inacreditável os encadeamentos dos quais a mente humana é capaz…

– Governo
– Continuidade
– Eleições
– Lula, Dilma, Cabral, Gabeira e Crivella
– Lindberg
– Lindberg e Nova Iguaçu
– Metrô e obras
– Região portuária e renovação
– Transporte marítimo
– Arroz
– Plantio de arroz
– Rendimento de arroz ao cozinhar
– Arroz no Giraffa’s
– Alimentação familiar
– Porto
– Lula e Dilma
– Vantagens do plano Collor
– Itamar e FHC
– Amazônia
– Madeira
– Casas na Europa
– Alvenaria versus madeira
– Exportação clandestina de madeira nobre
– Malária e sobrevivência na selva
– Educação
– Filhos
– Preferência do Exército por moradores da zona oeste para serviço

Acho que o cara estava realmente carente. Só precisava de um par de ouvidos. Ou no meu caso, da aparência de um único ouvido apontado na direção dele, porque na verdade minha mente estava loooonge. Tentando registrar toda a ordem de apresentação de cada ideia para depois escrever.

Irresistível, não?

Mas eu continuo achando profundamente irritante ser incomodada por desconhecidos que puxam papo no ônibus.

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Lembro que na minha infância era onda usar walkman com fone de ouvido. Meu pai chegava a reclamar com meu irmão, dizendo que era egoísmo ouvir música assim na presença da família (no carro, por exemplo).
A “onda”‘estava exatamente em ser egoísta: nem todo mundo tinha walkman e os outros somente o identificariam pelos fios do fone (embora fosse possível exibir o equipamento no melhor estilo “eu te-nho! você não te-em!”, a sociedade condenava essa pratica). Aos adolescentes reatava deixar fones e fios visíveis, para exibir o equipamento em si de forma casual, apenas se abordados
O tempo passou. Meu irmão cresceu. E meu pai parou de chama-lo de egoísta. Ate porque a onda mudou.
Aparentemente, de tanto pais e otorrinolaringologistas reclamarem, o povo parou de usar fone de ouvido. Ou então foi porque todos os gatos e cachorros possuem algum aparelhinho que toca música. Fato é que a onda agora consiste em ouvir a música junto com todo mundo, no melhor estilo de socialização artística: você liga o som e coloca no volume ideal pra todos do coletivo ouvirem junto.
Tudo bem que as vezes a música é legal e a gente se pega cantando junto. Mas não creio que foi nisso que meu pai pensou quando chamou meu irmão de egoísta por usar fones de ouvido…

[Ao som de “Iron man” no trânsito da Av. Brasil.]

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