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Archive for 9 de Outubro, 2012

Ontem eu vi meu ex-amigo. Acho que ele cortou o cabelo, mas não posso falar nada porque ele resolveu que não é mais meu amigo. E como eu não o vejo há algum tempo, fica difícil dizer se ele cortou o cabelo, se a cabeça cresceu (a clássica piada.. Podemos fazer piadas com ex-amigos?) ou se o cabelo sempre foi desse tamanho e a distância está mudando a perspectiva.
Ah, sim. Vocês não sabem. Agora eu tenho um ex-amigo.

Falei com o Edson há uns bons 5 anos que eu só me afasto definitivamente das pessoas quando elas pedem. No resto das vezes, pode acontecer o stress que for, eu posso ficar chateada o quanto for, mas sempre fica uma fresta aberta pra qualquer eventualidade. Com o Edson mesmo foi assim, e anos depois de contato reduzido a zero, voltamos a nos falar, para logo depois parar novamente. Porque o “já chega” não teve ar definitivo.

Com o ex-amigo foi diferente.

Primeiro porque não teve explicação ou esclarecimento, não teve nada jogado na minha cara (e eu sei que piso na bola bisonhamente com meus amigos, estão aí DaniH, Ju, Guilherme e Max que não me deixam mentir), nenhuma verdade incontestável que me levasse às lagrimas de arrependimento. Nada. Zero. Niente. Null.

Segundo porque foi inesperado, ao menos pra mim, embora exista a possibilidade de eu ter pisado na bola bisonhamente, já que esse tendia a ser meu modus operandi. Ele simplesmente me comunicou que não era mais meu amigo, com direito a um pedido para que eu respeitasse (pedido esse prontamente atendido em reconhecimento à amizade que então se encerrava), e pronto.

Terceiro porque a amizade foi denunciada sem notificação prévia, sem direito a resolução do conflito, sem prazo para correção do erro, sem justificativa, e envolveu uma lista de contatos e comunicações vedadas. Aqui eu poderia invocar o principio da boa fé, mas seria contraditório com toda minha argumentação sobre como nascem os amigos (nós é que os consideramos assim), e então ele tinha todo o direito de denunciar nossa amizade.

É tudo isso que justifica o título “ex-amigo”: a forma, a unilateralidade, o choque. Vocês não têm a menor idéia do quanto dói – fisicamente mesmo – passar por ele e fingir que não o conheço.

Dói, mas eu respeito. E espero que ele não se arrependa da decisão tomada, qualquer que tenha sido o motivo, porque o estrago aqui foi tão grande que provavelmente não teria volta nem que ele quisesse. Sorte que aparentemente ele não se incomodou tanto assim, logo não vai voltar atrás.

Então, ontem eu vi meu ex-amigo. Acho que ele cortou o cabelo, mas não tenho como saber. A fase de barganha dos cinco estágios da dor me faz afirmar que eu não me incomodo o suficiente. E ele provavelmente pensaria que esse post é sobre ele, se ele ainda visitasse meu blog.

Sorte que ele não visita mais. Sorte.

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