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Archive for Julho, 2010

O terremoto de San Francisco em 1900 e alguma coisa (1906?) destruiu parte da cidade com os incêndios e desmoronamentos. E destruiu prédios públicos, obras de arte, museus, bibliotecas. A partir dali, todas as construções passaram a contar com sistemas de proteção/resistência a terremotos (a exemplo das construções no Japão, todas dotadas desse “detalhe”).

Numa das clássicas zapeadas de Sarita (meu melhor amigo em casa é o controle remoto, isso é fato), parei no NatGeo ou Discovery ou algo parecido e o programa falava sobre a construção de um novo prédio revolucionário em San Francisco, que havia sido destruído com o terremoto e durante anos teve sua reconstrução e reforma planejadas. Com direito a concurso para escolher o projeto vencedor, a utilização de materiais recicláveis/reciclados, a anulação do carbono emitido e a células fotovoltaicas.

Mas o mais legal eram o jardim interno, na reprodução de florestas tropicais, e o jardim suspenso, localizado no telhado do prédio. O jardim interno tinha uma árvore inteira e abria-se em um teto que não lembro se de vidro ou se com a possibilidade de ser aberto. O jardim suspenso contava com colinas, e tornou necessária a pesquisa das mudas adequadas.

Um trabalho de cão. Mas o prédio ficou lindo e agora abriga o Museu e o Planetário da California Academy of Sciences de San Francisco, no Golden Gate Park. E eu fui lá.

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Ok, tecnicamente eu só passei na porta. Mas só de ver a lateral do prédio eu identifiquei onde estava. Nada como ser nerd… 🙂

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O IBOPE existe!!! (E o telefone é 0800-708-5000)
Acabo de responder a uma pesquisa sobre a administração do prefeito.

Mas ontem, voltando do trabalho de metrô, reparei que aqueles percentuais que a maioria considera incorretos sobre as melhorias promovidas pela empresa são oriundos de pesquisa do Ibope. Engraçado, porque segundo o metrô são 12milhões transportados, mas a pesquisa foi feita com 1001 pessoas e uma margem de erro de 3%.

Vai entender estatísticas… Por isso concordei quando o Thiago me contou que 48,3% dos resultados delas são feitos na hora.

(Lembrem-se: para ter credibilidade, um número não pode ser cheio ou múltiplo de 5. Busquem números quebrados. Sempre.)

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Essa veio diretamente de Dani H., durante o almoço de comemoração, digo, despedida do Eduardo “Dudu” Luiz.

Aparentemente, pesquisadores descobriram que o cabelo mais adequado para o mundo corporativo é o cabelo liso. Isso mesmo. Pesquisadores se deram ao trabalho de pesquisar qual o efeito causado pelos diversos tipos de cabelo. [Vai ver estavam na pausa pro café..]

Corte de cabelo revela postura profissional
Cleide Floresta, de Você S/A Segunda-feira, 26 de julho de 2010

SÃO PAULO – O estilo dos cabelos revela muito sobre a personalidade das pessoas, podendo determinar a postura de um profissional dentro de seu emprego.

A afirmação é do artista plástico Philip Hallawell, de São Paulo, autor do livro Visagismo Integrado: Identidade, Estilo e Beleza (Ed. Senac SP).

O segredo, diz ele, está nas linhas que compõem o corte — retas, inclinadas ou curvas —, que definem uma imagem pessoal. “Cortes retos estão ligados a determinação e liderança, linhas inclinadas são associadas à criatividade, e as curvas são de suavidade, indicadas para médicos e enfermeiras”, afirma Philip.

Quanto ao comprimento, ele aconselha: no mundo corporativo, os fios longos devem ser evitados ou presos. “O cabelo longo é sinal de sensualidade. Prender demonstra comprometimento”, diz.

A consultora da Ricardo Xavier, Neli Barboza, sugere que os funcionários tentem se alinhar ao perfil de cada empresa. Se o ambiente for formal, assim deve ser a aparência do funcionário.

Hein?

Mas você que tem medo de seu empregador implementar essa nova e extraordinária política de RH escolha-seu-funcionário-pelo-tipo-de-cabelo, e tem medo de perder o emprego/cargo, passando a ser escondido naquela baia mais escura e distante por ter cachinhos espalhados pela cabeça, pode seguir as dicas abaixo, retiradas da mesma reportagem. Meninas e meninos também!

OS CORTES MASCULINOS
Tradicional
Cortes retos e curtos são ideais para homens de negócio que ocupam cargos de alta gerência, como Roberto Justus. Pode-se usar gel ou pomada modelando para trás, criando um aspecto molhado ou um topete. Exige uma passada mensal no salão.

Casual
Cortes irregulares denotam dinamismo de empreendedores e publicitários. Podem ser modelados com pomadas. Corte a cada dois meses. “Esse homem tem o cabelo bem cortado, tipo Brad Pitt e George Clooney”, diz o cabeleireiro Marco Antonio Di Biaggi.

Criativo
Mais espetados ou cacheados, usados ao natural, como os do ator Eriberto Leão. Os fios mais longos devem chegar ao máximo até a nuca. “Evite exageros, porque quem tem contato com clientes deve ter boa aparência”, diz Ligia Marques, consultora de etiqueta.

OS CORTES FEMININOS
Tradicional
Comprimento no máximo na altura dos ombros, misturando linhas retas e curvas. Marco Antonio indica o uso de chapinha para manter o cabelo alinhado, visitas semanais ao salão para fazer escova e corte a cada 45 dias. “O ideal é o chanel, à la Kate Holmes, levemente repicado.”

Casual
Frente repicada abaixo do queixo e os fios mais longos modelados com escova, como o look da atriz Jennifer Aniston, dona de um corte popular em salões. Curtos bem repicados e com pontas irregulares demonstram iniciativa. Aspecto mais natural. Cortar a cada dois meses.

Criativo
Estilo mais ousado com cortes e cores, cachos mais soltos e até o black power. O estilo Kate Moss, com um visual propositadamente largado, é o eleito de Marco Antonio: repicado com pontas mais desarrumadas. A manutenção do corte depende do estilo, mas varia de dois a três meses.

Chapinha? Escova? Corte repicado? Chanel à-la Kate Holmes??? Cada uma que me aparece…
(Mas a gente bem que falou pro André começar a usar pomada no cabelo…)

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Há cerca de um mês estava conversando com um amigo sobre “O Príncipe“, de Maquiavel. Não lembro exatamente o que trouxe à tona o texto, nem por qual motivo saímos do assunto principal e iniciamos uma discussão interessante sobre o sentido desse livro – eu defendendo a versão com comentários de Napoleão, ele chocado com o fato de alguém defender Maquiavel.

Quando percebi a indignação no olhar dele, fiz a pergunta mais idiota que poderia: “sobre o que você acha que é esse livro?“, e ele me respondeu o óbvio “sobre dicas para você ser um bom ditador; é alguém ensinando um jovem ditador como ele deve se portar para ser bem sucedido“.

Nos idos de 2001 e alguma coisa, durante o primeiro e/ou segundo períodos da faculdade, me peguei lendo Maquiavel. A Martin Claret tem uma coleção de bolso (“A obra prima de cada autor” ou algo parecido” relativamente barata, relativamente fiel e relativamente completa. Enquanto procurava “Do contrato social” (coisas que estudantes de Direito empolgados com as aulas de sociologia lêem) acabei comprando O Príncipe, e ganhando depois um livrinho chamado “Maquiavel em 90 minutos” (podendo ser também “o príncipe em 90 minutos”, ou “maquiavel em 60 minutos” ou “o príncipe em 60 minutos”, não lembro direito). Esse livrinho – que li despretensiosamente voltando pra casa – me apresentou um “Príncipe” até então desconhecido, que eu, por minha vez, apresentei a esse amigo que definiu-o como um manual-para-futuros-ditadores.

Napoleão enxergou nesse livro uma checklist de coisas a fazer, o que se percebe em comentários como “Fiz isso em ___ e realmente funcionou“, “É verdade, essa tática deu certo na invasão à ___, onde eu subjuguei a população dessa forma” e “Eu também não preciso que me respeitem, mas que me temam“.

Enquanto isso, outros afirmam que o objetivo de Maquiavel não era ensinar futuros ditadores. O objetivo dele era, de forma indireta e abusando da criatividade, mostrar para a população como identificá-los, como analisar as ações do governante em busca de dicas, indícios de que ele irá se tornar um ditador. Em suma, era um manual sim, mas não para os ditadores.

É tudo uma questão de ponto de vista. O que me traz para o título desse blog.

Ao longo do tempo, pensadores de todos os tipos têm sido identificados com esse ou aquele pensamento político. É característica do ser humano pensar o que acontece com ele (o clássico “penso, logo existo” – paradoxal imaginar que você só tem certeza sobre o mundo ao seu redor porque parte da premissa de que sua própria existência é uma certeza). Você não pensa sobre, você pensa. A análise é intrínseca ao ser humano e mesmo bebês são capazes de processar informação de forma racional e obter conclusões (“se eu chorar, eu como”). Obviamente, você vai pensar dentro de um contexto – extrapolando-o ou não, mas sempre tendo esse contexto como base inicial, porque tudo parte de uma premissa, até mesmo na ciência.

O fato de determinada tese (ou corrente filosófica) ter sido desenvolvida em determinado momento histórico (e, por isso, defendida por um grupo que hoje é identificado como o perdedor) não a invalida.

Porque a história pertence ao vencedor. A filosofia, como pensamento histórico, também.
Como já disse de outras vezes, reservo-me o direito de pensar com minha própria cabeça. E até hoje, tenho filosofado de forma razoavelmente satisfatória, obrigada.

Além do mais, saindo em defesa de Maquiavel (cujo nome deu origem ao conhecido termo “maquiavélico”), vale a citação posterior (e sem se referir ao Príncipe) desse meu amigo aí do iníco do post. Uma vez pronta, a obra passa a ter vida própria e deixa de ser apenas aquilo que o artista quis.

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Atualização
Sim, o nome é “Maquiavel em 90 minutos“.

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Todo mundo reclama que aquisições como a do Real pelo Santander, da Garoto pela Nestlé, da BrTelecom pela Oi são parte do processo de canibalização da economia e que, em breve, teremos no máximo três fornecedores por mercado, com a definição de mercado relevante cada vez mais ampla. Ou seja: a competitividade será substituída por uma cartelização quase natural.

Então eram 17h20 e eu precisava andar cerca de 350 metros até a agência do Itaú mais próxima. Passar pela porta que só abre com cartão (quando não resolve abrir apenas por dentro). Andar até o caixa, que provavelmente teria uma fila. Sacar dinheiro. Andar os 350 metros de volta. Tudo isso até 17h30. 10 minutos. “Impossível”, pensei.

Até que nos primeiros 80 metros achei um Unibanco. Aquisições! O Itaú comprou o Unibanco, claro! E viva a área de tecnologia da informação e telecomunicações que, embora não tenha interligado TODOS os caixas, foi inteligente o suficiente pra colocar pelo menos um caixa interligado à rede.

Fui e voltei em cerca de 8 minutos. A tempo de chegar pouco antes de as portas da loja fecharem.
Viva as aquisições! Viva a cartelização da economia e a divisão do mercado entre os poucos dominantes! Viva o momento em que o Itaú comprou o Unibanco! Porque quem acredita que aquilo foi uma “fusão”? Só falam isso pros clientes do Unibanco não se sentirem diminuídos… Fracos!

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Ontem foi um dia interessante no quesito “os homens e suas faltas de noção”.
Observem e julguem por vocês mesmos.

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Homem #1
Analisem a situação abaixo e depois procurem o erro.

Menina gosta de menino. Menina fala com menino que gosta dele. Menino sabe.
Menina chama menino pra sair. Menino concorda. Os dois saem por aí, sozinhos, conversam, se beijam (várias vezes).
Menina conversa com menino pra saber o que vai ser dos dois. Menino fala pra menina que ela é a amiga pegável, com quem ele sai quando está com vontade.
Menina tem vontade de morrer.

Onde está o erro, garotos?
Tudo bem, você tem o direito de não gostar da mesma forma que a menina gosta de você. Mas não precisa falar isso com todas as letras e da forma mais cruel possível, certo? Vamos às opções:
a) “Sabe o que é, eu sou complicado.. não quero te envolver nisso tudo, acho que você vai sofrer.
b) “Fico preocupado em te magoar, porque vejo que você realmente gosta de mim e eu não sei ainda como me sinto.
c) cri-cri.. cri-cri (ou o barulho dos grilos quando tudo fica em silêncio)
d) “Pois é, você tem razão. Não gosto de você.
“A” e “B” são aceitáveis. Nunca use “D”. “C” apenas em último caso (preferencialmente motivado por um desmaio, crise de asma ou algo parecido)

Alguns poderão dizer “Mas é tudo a mesma coisa!!!”. Sim, é. E uma mulher minimamente inteligente vai perceber (caso ela não perceba, veja nessas frases A e B o início do fora que você poderá dar dias depois). A única diferença é que, se você gostar um tiquinho da pessoa e quiser preservar o pobre coração dela, ela vai agradecer a gentileza em não dizer com todas as letras possíveis do dicionário.

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Homem #2
Para deleite.

– Oi. E aí? Quer ir ao cinema hoje?
– Sabe o que é.. tô com cólica, não tô muito legal.. Coisa de menina.. Menstruação chegando.. Desculpa..
– Poxa, cólica? Que chato… Vou mandar entregar um remédio pra você aí no trabalho então.

(minutos depois, ligam para a menina da recepção do prédio, para a entrega de uma farmácia)
– Mas eu não pedi nada…. ah tá…. sim, sou eu…. tudo bem, tô descendo então.

Os erros aqui são variados e, pra facilitar, vou fazer algumas perguntas.
1- Qual menina fala sobre sua intimidade mais íntima pra um casa com quem começou a sair?
2- Qual menino é louco de ouvir a intimidade mais íntima e ainda dar palpite?
3- Se você quiser dar um toco no cidadão, vai dizer que está com cólica? O que você vai dizer?
4- O que você, menina, faria se usasse essa desculpa e o cara mandasse entregar o remédio pra você? E se o remédio enviado foi Ponstan?
5- Você, menino, o que faz quando ouve essa desculpa, manda o remédio e, ainda assim, a menina sustenta a cólica e não sai com você?

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Ahh a falta de noção do ser humano…

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Óquei, senhor oliveira (cujo email e IP não divulgarei) comentador desse blog.
Admito que tenho andado meio desinteressada pelas coisas do mundo nérdico-informático. Minha nerdice tem se concentrado em coisas outras que desconheço (porque ela permanece viva e intocável, isso é fato, e embora minha prima não admita, eu ainda sou mais inteligente que qualquer pessoa que conheço e em qualquer ramo do conhecimento – no mínimo eu engano todos muito bem).
Isso posto, não tive o menor saco pra descobrir quem (ou o quê) você é. Por isso, temos duas opções:
a) você revela quem é; ou
b) nós deixamos isso quieto e fingimos que esse assunto não me interessa.

E aí? Qual vai ser? 😛

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Então hoje, após muitas semanas de espera, eu finalmente atendi a convocação para participar da feeesta da democracia (leia-se: eleições). Não que eu tenha algo contra participar – o pessoal do cartório já me conhece pelo nome e eu descobri que minha ficha contém dados insuspeitos sobre a assiduidade no atendimento às convocações (imagino que eles não vão usar o poder da Justiça Eleitoral contra mim). Mas admito que tenho razões nobres (aham) pra desejar estar nas boas graças da 11a zona eleitoral e ter quitado todas as obrigações que o exmo. sr. juiz de lá me apresente.
As pessoas me perguntam porque essa felicidade toda em participar das eleições porque ninguém (ninguém mesmo) em sã consciência vai dizer que é por sentir-se parte do processo democrático. Balela. Alguns continuam indo porque não sabem que podem pedir no cartório pelamordedeus-tira-meu-nome-dessa-lista-porque-eu-não-aguento-mais. Eles aceitam de bom grado – são sensatos a ponto de compreender que cada um dá sua contribuição após a primeira sequência 1o turno + 2o turno. Desse combo em diante, só os masoquistas continuam. E eu.
Por quê então, se não for por amor à pátria?
“Pelos dias de dispensa…”, dirão as pessoas de pouca fé. Não. Embora seja um atrativo à parte (ainda mais depois que a justiça eleitoral, pra felicidade dos convocados e de seus empregadores, decidiu que os dias podem ser aproveitados ao longo de um ano), não foram os dias em dobro que me motivaram a continuar participando e a todo ano pedir pra que mantenham-meu-nomezinho-na-lista-por-favor-sim?. Não foi isso também.

O mais divertido no processo eleitoral é ver, em um único dia, todos os traços de caráter (e falta de) que o ser humano possui. Você vê o cara consciente de seus deveres que participa das eleições como um bom mesário/presidente/auxiliar. Você vê o cara que finge não entender os riscos de abandonar urnas solitárias no colégio eleitoral pra ir-ali-rapidinho-tomar-café-com-a-namorada. Você vê cabos eleitorais ensandecidos, revoltados com a boca de urna dos rivais, enquanto entregam santinhos pros transeuntes que entram no colégio eleitoral. Você vê pessoas que tiveram dois anos pra solicitar novo título e não o fizeram. Você vê pessoas com anos e anos de eleições exibidas nos cabelos e nas rugas que não lembram onde sempre votam. E você vê os revoltados, os insanos, os bêbados, aqueles que acham que você, auxiliar da justiça eleitoral, precisa subir as escadas por ele, votar por ele, justificar por ele. Nas eleições eu lembro que a estupidez humana não possui limites – e divirto-me horrores percorrendo o colégio, às 17h da tarde, catando eleitores perdidos e gritando para os presidentes “Não encerrem as urnas! Tem eleitor no colégio!”. São meus únicos minutos de poder sobre o destino da nação, exercidos durante dois domingos, a cada dois anos.

Então, hoje saí mais cedo, fui ao cartório e tomei posse, preenchendo um termo eu mesma – diria até que eu me empossei, não fosse a presença da assinatura do servidor que conferiu o que eu tinha escrito. Que comece a feeesta da democracia.

Aliás, aos incautos de plantão: a partir desse ano, você não pode esquecer seu título eleitoral em casa e deve levar documento de identidade com foto!. É a única forma de votar, desde que entrou em vigor uma lei nova em 2009. (Não acredita? Então dê uma olhada no art. 47, parágrafo 1o da Resolução 23.218/10. Humpf.)

E aparentemente, após as eleições, iremos ter novos títulos de eleitor: eletrônicos, que emoção! 🙂

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Vocês conhecem aquela teoria dos freios e contrapesos, certo? Ela é usada em diversas situações, diversos contextos, mas em resumo é ela que diz que nenhum poder é absoluto, e que pra evitar que o Estado assuma feições ditatoriais – não compatíveis com a democracia – seu poder será dividido em três correntes: legislativa, executiva e judiciária.

Originalmente, cada um desses poderes tem uam finalidade (que encontra eco em um sistema de controle de algum outro poder). Ao judiciário compete resolver os conflitos, ao executivo compete tomar as decisões no exercício da administração e ao legislativo… bem, a ele compete criar as leis. São essas leis que pautam a administração exercida pelo Executivo e as decisões tomadas pelo Judiciário, então podemos concluir que elas têm, sim, função primordial na garantia do Estado Democrático de Direito.

Pedro (o que não comenta esse blog) encaminhou hoje algumas leis muito importantes, recentemente promulgadas.

Quem disse que legislador não sabe ser fofo?
Quer coisa mais fofa do que declarar que o município de Imbituba é a capital nacional da baleia franca?

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Li hoje um blog e, entre a revolta pelo texto e a procura pelo tom de sarcasmo, lembrei dos próprios termos de uso do meu blog. Aqueles que dizem que ele é uma ditadura e eu me reservo o direito de falar o que quiser e a lei permitir.

Todos nós nos arvoramos defensores da liberdade de expressão. Os americanos cunharam todas as formas de liberdade como garantia constitucional – e olha que a constituição deles é da mais simples que existe, o que justifica sua sobrevivência através de séculos e as poucas emendas sofridas. (Claro, o sistema jurídico deles também colabora, uma vez que permite interpretar e evoluir a norma ao longo do tempo.)

Mas existe sempre uma ponta preconceituosa em todos nós. Seja para falar o que quiser ofendendo quem quer que seja, seja para ofendermo-nos com coisas que não necessariamente foram a nós dirigidas. O ser humano é coberto por recalques – soterrado, diria minha professora de psicologia do ensino médio. Nossas emoções são soterradas por toneladas, séculos, gerações e civilizações inteiras de recalques que se especializaram em camuflar todas as formas de preconceito em todas as suas manifestações. Preconceito ativo ou passivo. Preconceito reflexivo (lembram? “lavei-me”).

Todo preconceito nasce do egocentrismo. Eu só ofendo se me achar melhor; só me sinto ofendida se me achar melhor. [Um namorado meu dizia que todos nós – em maior ou menor proporção – adotamos a teoria do “eucentrismo”, com aprovação científica da época em que as pesquisas indicavam que o universo era infinito em todas as direções.] Com o passar do tempo, acostumamo-nos a mudar o polo (ou pelo menos a maioria de nós, aquela maioria normal, adaptável, que não foi mimada por pais, mães e pelo meio) e nosso egocentrismo mascara-se, revelando-se na defesa da comunidade, na defesa da pessoa amada, na defesa dos filhos. Tudo mentira. É autodefesa. É egocentrismo disfarçado. Não fosse, não faríamos nenhuma distinção entre nós e o terrorista afegão em um momento de necessidade; não fosse, perdoaríamos nossos inimigos, mas nos chocaríamos com crimes contra a humanidade. Somos neutros até nossa zona de defesa egocêntrica ser de alguma forma invadida.

Por que tudo isso?
Bem, li um post no blogue de um amigo hoje. Não consegui saber se o sarcasmo dele estava sutil demais – e por isso não o notei – ou se meu preconceito me fez assumir posição de defesa extrema – e por isso eu enxerguei verdades onde havia apenas acidez de alguém naturalmente mal humorado. Seja como for, serviu para que eu percebesse que existem pessoas ruins em todos os lugares, em todos os meios. E uma pode se esconder, arisca e sorrateira, dentro de mim.

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